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A crônica e a morte anunciada

Quando Heleno de Freitas fez Gabriel Garcia Márquez se apaixonar por futebol

Bendito craque maldito. Heleno de Freitas foi um dos tantos personagens que extrapolaram o futebol jogado nas quatro linhas. Um dos primeiros craques midiáticos dos gramados brasileiros. Grande ídolo do Botafogo pré-Garrincha, tinha um futebol tão fino quanto o seu gosto para ternos e carros, e um comportamento tão chocante quanto a qualidade dos seus arremates a gol.

Em 1949, já na reta final de sua carreira, o humor de Heleno estava mais descontrolado do que nunca. Os ataques de raiva, que anos antes só davam as suas caras dentro do gramado, tomavam praticamente todo o tempo do famoso atacante da Seleção. Naquele mesmo ano, Heleno conquistou, pelo Vasco, o seu primeiro e único título de campeão carioca e, embora já estivesse um pouco acima do peso e com um futebol entrando em decadência, os 10 gols anotados na conquista do estadual — aliado à imagem de grande craque, conhecido em todo o continente – chamou a atenção do Atlético Júnior, da Colômbia.

Praticamente ao mesmo tempo, um jovem e talentoso colombiano começava uma caminhada de sucesso depois de ter abandonado os estudos de direito para se dedicar à literatura. Gabriel García Márquez começaria, dali a alguns meses, a escrever belas crônicas ligando o futebol aos acontecimentos confusos que tomavam conta do país no âmbito político. O futuro vencedor do Prêmio Nobel de 1982 encontraria justamente em Heleno de Freitas a inspiração tanto para se apaixonar pelo futebol quanto por aquele personagem que ele, Gabriel, relataria tão bem na sua forma espetacular de contar histórias.

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Jornalista formado na FACHA, acredita que o futebol, além de ser o melhor dos esportes, é palco para grandes lições sociológicas, históricas... e de vida. Árduo defensor de que 3 a 0 jamais será goleada, foi um goleiro promissor e hoje brinca de ser zagueiro esforçado.

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