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1970: O mundial que o Brasil ganhou com ajuda da Nasa

O Brasil maravilhou o mundo do futebol e conquistou a sua terceira Copa do Mundo. Uma equipe repleta de lendas que passou para a posteridade como os últimos grandes românticos mas que realmente chegou ao título também com a preciosa ajuda da NASA. Uma combinação entre futebol-arte e a mais avançada tecnologia e preparação física ajudou a construir o mito que é o Brasil do México 70.

A derrota para Portugal foi muito difícil de engolir no Brasil. A equipe não era muito diferente daquela que tinha brilhado quatro anos antes no Chile para dar continuidade à lenda iniciada na Suécia, em 1958. Estavam Garrincha e Pelé, entre outros, mas a dureza do jogo físico europeu e a má forma dos astros brasileiros antecipou um final diferente. Num grupo extremamente competitivo, a velocidade, o dinamismo e a disciplina tática de húngaros e portugueses foi suficiente para desmontar o “escrete” na sua pior versão. Nem Garrincha nem Pelé estiveram à altura, e, oito anos depois, o mundo preparou-se para conhecer outro campeão. A CBD — Confederação Brasileira de Desportos, mais tarde CBF — foi a que mais sofreu com a derrota. A organização, bem como o seu máximo líder, João Havelange, havia recebido autênticas fortunas nos seis anos anteriores graças às excursões e aos jogos amistosos a que eram convidados nos quatro cantos do mundo por serem os inquestionáveis reis do futebol. Tal como o Santos, a Seleção também capitalizou o potencial de Pelé ao máximo, e por isso mesmo a derrota no duelo com Portugal, que supôs a eliminação do Brasil da Copa na Inglaterra, foi recebida como um duro e inexplicável golpe emocional. Os próprios torcedores brasileiros, que tinham uma relação de amor e ódio com os Mundiais, de repente começaram a questionar os êxitos logrados e a pedir caras novas, dando por finalizado o período de ouro da geração de Pelé e companhia. Pela primeira vez, “O Rei” sofria a ira dos seus “súditos”, e foi nessa dinâmica crítica que chegou ao comando da seleção João Saldanha, um homem que partilhava dessa ideia e que tinha ficado impressionado com o avanço táctico dos europeus face ao futebol canarinho. No entanto, o novo governo militar brasileiro tinha outros planos, e vencer no México em 1970 era primordial para o regime.

Da NASA para a Cidade do México

O staff da Confederação Brasileira de Desportos tinha aprendido a lição. Em 1958, o Brasil surpreendeu o Mundo porque contava com um time repleto de estrelas, apoiado por um excelente trabalho de preparação física e psicológica. No México, os brasileiros queriam repetir a mesma fórmula.

Dois anos antes do Mundial, o México recebeu os Jogos Olímpicos. A delegação olímpica brasileira sofreu na pele a altitude e o calor da Cidade do México. No seu regresso ao Brasil, compartilhou as informações que tinha colecionado com a CBD, que comandava todos os esportes naquele momento. O então técnico, João Saldanha, iniciou um processo de preparação que visava dotar os jogadores brasileiros de uma condição física perfeita para aguentarem os condicionantes que iriam encontrar em campo. À sua equipe técnica habitual, foram adicionados, pela primeira vez de forma oficial, preparadores físicos, médicos, nutricionistas e enfermeiros, responsáveis por garantir que o estado físico do jogador estivesse sempre ao seu melhor nível. Depois da substituição do polêmico Saldanha por Zagallo, os dirigentes canarinhos entraram em contato com vários membros da NASA para terem acesso ao plano de treinos físico dos astronautas que viajam nas missões espaciais. Uma ajuda que se revelaria fundamental.

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Jornalista e escritor. Autor dos livros “NOITE EUROPÉIAS”, “SONHOS DOURADOS”, “SUEÑOS DE LA EURO” e “JOHA: A ANATOMIA DE UM GÊNIO”.Futebol e Política têm tudo a ver, basta conectar os pontos.O coração de menino ficou no minuto 93 da final de Barcelona.Estudou comunicação na Universidade do Porto e morou mais de uma década em Madri.

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