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Euskal harrotasuna

O orgulho basco e o respeito à segregação institucional

Ledo engano afirmar que não há mais leões em Gana. Ao menos um exemplar de cunho ganês está vivo, desfilando sua presença em terras bascas. “Tem que ser um leão, tem que rugir”. É assim que Iñaki Williams define sua relação com o Athletic de Bilbao, em analogia ao mascote do clube. O jogador pode ser resumido como o primeiro negro a marcar um gol pelo Bilbao em 115 anos ou ter sua trajetória analisada como o resultado das mudanças políticas mundiais.

A cidade de Bilbao é pequena e, cercada de montanhas, transmite um caráter de isolamento aos seus 350 mil habitantes, elevando o sentimento de união à capital da comunidade basca. Junte isso à própria história da formação do território — do nacionalismo basco dentro de outro país e das consequências da Guerra Civil Espanhola — e assim se tem um clube de futebol que é valorizado pela manutenção da tradição.

Ao se pensar no Athletic de Bilbao, de pronto vem à mente jogadores de origem basca trajando branco, vermelho e preto. Nem sempre foi assim. No início do século XX, por conta da imigração inglesa a trabalho nas minas da região, as cores da equipe eram azul e branco, em homenagem ao Blackburn. Após viagem à terra da Rainha, em 1910, contudo, o representante do clube se encantou com a camisa do Southampton, notando a semelhança com a bandeira basca. Assim, não se mudou apenas o uniforme do clube, mas a sua própria política: a partir de então, somente jogadores nascidos e criados na região de Biscaia poderiam representá-lo, ainda mais diante da polêmica na inscrição de jogadores ingleses, que gerou protestos de outros clubes na época.

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Advogada, formada pela USP, mas jura que é legal sem ser hipster. Zagueira que não corre porque posicionamento e carrinhos perfeitos são a chave do sucesso.

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