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Alex Williams

O guarda-redes que desafiou o racismo inglês

Os anos 1880 foram duros para a ascendente comunidade de jogadores negros que começava a encontrar o seu espaço no futebol inglês. Nenhum sofreu tanto com os cânticos racistas dos rivais como o primeiro guarda-redes negro a disputar a liga desde finais do século XIX. Alex Williams, nascido em Manchester, desafiou o lado mais obscuro do futebol de seu país e abriu caminho para a afirmação dos guarda-redes ingleses de pele negra.

A chegada dos futebolistas negros à Liga Inglesa

Uma dor aguda nas costas, tão castigadas por suportar o peso de quase uma década de golpes e insultos, colocou um ponto final a tudo. Em 1987, apenas um ano depois de ter abandonado o Manchester City, a carreira de Alexander Williams chegou precocemente ao seu fim. Sem nunca ter sido um jogador de primeiro nível ou uma figura mediática, Williams foi, no entanto, fundamental para entender a evolução do futebol britânico nos duros anos do ​Tatcherismo​ — quando a violência nas minas eclodia tanto quanto os atentados do Exército Republicano Irlandês​ ​(IRA). O hooliganismo — o maior cancro da história do futebol —, portanto, encontrou um alvo à altura das atitudes bélicas de adeptos organizados.

O guarda-redes foi uma das vítimas recorrentes dessa cultura onde o racismo era praticado quase com orgulho. Durante largas décadas os jogadores negros sofreram na pele a rejeição dos adeptos, às vezes dos próprios seguidores do clube que serviam. A finais dos anos de 1970, a afirmação da segunda geração de imigrantes caribenhos e africanos trouxe para os campos de futebol os primeiros futebolistas negros nascidos na Terra da Rainha. A ascensão deles foi lenta e dolorosa. Entre a estreia internacional de Viv Anderson, lateral do Nottingham Forest, a consagração dos ​Three Degrees¹ do West Bromwich — Laurie Cunningham brilhou em Madrid pouco depois — e a presença habitual de jogadores negros nas convocatórias dos Pross nos anos 90, o caminho foi largo. Os jogadores eram tratados de forma diferente não apenas pelos adeptos ou pela imprensa e sim, muitas vezes também, por colegas, treinadores e, sobretudo, dirigentes.

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Jornalista e escritor. Autor dos livros “Noites Europeias”, “Sonhos Dourados” e “Toni Kroos: El Maestro Invisible”, “Sueños de la Euro” e “Johan: a anatomia de um gênio” Futebol e Política têm tudo a ver, basta conectar os pontos. O coração de menino ficou no minuto 93 da final de Barcelona. Estudou comunicação na Universidade do Porto.

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