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Green Street sem hooligans

Memórias póstumas do Boleyn Ground

Já se foi o tempo em que a Green Street era freqüentada por hooligans. Desde que a Premier League foi instaurada, o fenômeno de afastamento dos torcedores assíduos atingiu a todos os clubes da elite do futebol inglês. Com as melhorias exigidas pelo Relatório Taylor, encomendado por Margaret Tatcher, os ingressos passaram a custar muito mais, afugentando, assim, o maior problema dos estádios locais: os hooligans. A medida, no entanto, também atingiu os torcedores comuns – aqueles que realmente torcem, que gostam de futebol e que amam seus times. O fim do hooliganismo também decretou o fim das torcidas, que foram substituídas por platéias nos estádios ingleses.

Entretanto, aquele charme dos “caixotes” ingleses permanecia. Mesmo com as reformas, alguns estádios conjugavam tradição e modernidade. Muitas fachadas mantinham sua arquitetura centenária enquanto os assentos nas arquibancadas pareciam de cinema. Até que, em 2006, o Arsenal inaugurou o Emirates Stadium. Um novo conceito de estádio chegava ao futebol da Inglaterra: “naming rights” bem explorados [como nas arenas norte-americanas] e estrutura arquitetônica “Padrão-FIFA”. O Arsenal deixava de ser um simpático clube do norte de Londres para competir em status com Real Madrid ou Bayern de Munique, disputando quem tinha o estádio mais moderno da Europa.

Anos antes, o Manchester City abandonou seu terreno de jogo tradicional. Maine Road ficou pra trás junto com os últimos longos anos sem glória. A compra do clube por multimilionários até a chegada do Sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan — e as estrelas que estavam por ser contratadas — requeriam uma mudança de patamar. O Etihad Stadium passou a ser a nova casa dos Citizens. Alguns clubes conseguiram conciliar a capacidade dos estádios com a os novos padrões do futebol europeu. Não era só a Premier League que se desenvolvia. A Champions League crescia a cada temporada e os clubes do topo da Europa aumentavam suas receitas com patrocínios, direitos de TV e, claro, bilheteria.

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Jornalista, publicitário e fotógrafo. Estudou comunicação social na Universidad Nacional de La Plata. Para Martinho, não existe golaço de falta (nem aquele do Roberto Carlos em 1997 contra a França ou de Petković em 2001 contra o Vasco). Aos 11 anos, deixou o cabelo crescer por causa do Maldini. Boicota o acordo ortográfico.

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