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Coreanos, japoneses, chineses e o racismo

Londres, 12 de março de 2017. Os rivais londrinos Tottenham e Millwall disputavam uma vaga para a semifinal da Copa da Inglaterra. No entanto, o destaque — negativo — da partida não foi a impiedosa goleada de 6 a 0 sofrida pelos Lions ​​e sim os cantos ​​vindos do setor destinado aos visitantes: “DVD” e “Ele vende três por cinco libras” ecoavam pelo White Lane Hart para ofender o atacante sul-coreano Heung-Min Son, do Spurs, ​​em alusão aos asiáticos — normalmente chineses, taiwaneses e vietnamitas —presentes no mercado paralelo inglês.

A Football Association prometeu rigor no julgamento deste episódio e o próprio Millwall liderou o caminho para punir os responsáveis. Son não se pronunciou a respeito, mas o tema não é novidade. Ainda que menos frequente do que insultos racistas a negros, a incidência de ofensas racistas a jogadores de origem asiática aumentou em decorrência da saída mais rápida e mais numerosa destesrumo à Europa. A globalização — claro — não fica restrita ao mundo da bola e, assim, na Inglaterra, onde Son atua, o The Guardian apurou, em 2004, que 25% dos torcedores asiáticos residentes no país sofriam alguma forma de abuso ou preconceito de locais.

Desde 1998, Japão e Coreia do Sul estiveram em todas as Copas do Mundo. Em consequência, tem sido comum encontrar cada vez mais jogadores destas duas nacionalidades em equipes europeias. Tais campanhas não são fruto do acaso. A evolução do amadorismo para a era profissional — na virada da década de 1980 para os anos 1990 — impulsionou a formação de jovens no Japão e, enquanto isso, a Coreia já contava com times profissionais e uma liga desde 1983. Quinze anos mais tarde, a K-League migrou para o formato com 12 concorrentes e uma nova expansão foi aprovada — até 2025 a primeira divisão contará com 16 times.

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Jornalista e estudante de Letras. Sonhava em ser Francesco Totti, mas acordou metamorfoseado no corpo de um beque de segunda divisão do Chipre.

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