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Suriname, a origem multicultural do futebol holandês

Um pequeno país sul-americano esteve na origem do renascimento futebolístico da Laranja Mecânica, contribuindo para seu único troféu internacional. Desde os anos 1980, o Suriname se tornou uma fábrica de talentos por excelência do futebol holandês

Perfume do Caribe

Ruud Gullit, Frank Rijkaard, Aron Winter, Clarence Seedorf, Edgar Davids, Patrick Kluivert, Jimmy Floyd Hasselbaink, Virgil van Dijk… nomes próprios de uma história que podia ser a de uma grande nação futebolística do continente americano. Mas não é. Nem nunca o será, a julgar pelo que encontramos nas seleções de formação do futebol holandês. Uma febre que começou na década de 1980, mas que remonta à de 1960, e que continuará a dar aos Países Baixos o perfume do futebol caribenho por longas décadas. A mesma febre que transformou a dupla Gullit-Rijkaard no símbolo de dois países unidos por um passado comum, porém separados desde o nascimento por sua própria essência.

A fria e distante Holanda, terra de inovadores marcados pelo cinzentismo protestante que moldou uma sociedade mais fechada do que aparenta ser aos olhos do mundo, encontrou no calor das florestas e praias do Caribe uma injeção de otimismo e sangue novo para reestruturar seu futebol. Em 1988, quando Ruud Gullit se tornou o primeiro capitão da seleção holandesa a levantar um grande troféu internacional, ele era tão europeu quanto sul-americano. Filho de dois povos (mãe holandesa, pai surinamês), herói em dois mundos, uma mistura perfeita do melhor que podia oferecer o futebolista do Suriname.

Os gols emblemáticos foram de Marco van Basten, mas o sucesso da segunda passagem de Rinus Michels como treinador da Holanda deveu-se, sobretudo, ao equilíbrio e à imaginação que Frank Rijkaard e Ruud Gullit trouxeram para uma equipe que ainda buscava herdeiros da escola de Cruijff.

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Jornalista e escritor. Autor dos livros “Noites Europeias”, “Sonhos Dourados” e “Toni Kroos: El Maestro Invisible”, “Sueños de la Euro” e “Johan: a anatomia de um gênio” Futebol e Política têm tudo a ver, basta conectar os pontos. O coração de menino ficou no minuto 93 da final de Barcelona. Estudou comunicação na Universidade do Porto.