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Plata y Plomo

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Prólogo do autor:

O futebol nos alimenta por um infinito jogo de sedução. São cadernetas de heróis que nunca se esgotam, ou porque são craques, ou porque o visual causa sensações, ou a história faz dele um desalinhado, um incompreendido. O prazer do esporte rei atinge o clímax quando somos pequenos pela grandeza de um Mundial, a sua atmosfera inebriante, o festim de personagens e estrelas, as camisas raras, a representatividade do mundo, a beleza dos “outsiders”, ou os arrepiantes estádios. A coleção Panini é um tesouro. A Copa do Mundo de 1990 é o ponto de partida para o realismo mágico. A Alemanha é campeã do mundo, mas quem pode esquecer a vitória de Camarões sobre a Argentina ou o empate em cima da hora da Colômbia contra a esmagadora Mannschaft. Camarões e Colômbia animaram o Mundial e se cruzaram nas oitavas-de-final. Há Roger Milla de um lado, René Higuita do outro. Mas essa Colômbia também tinha Pibe Valderrama, Andrés Escobar, Leonel Álvarez e Freddy Rincón. É uma seleção demasiadamente exótica para se ignorar. insolente e rebelde no olhar. No banco morava a consciência e a chave de um estilo, de uma afirmação de uma identidade e num chamamento de atenção para um país perdido no globo, arrastado nesses anos para banhos de sangue, marcado pelas piores razões nos noticiários mundiais.

A Colômbia me deixou uma certeza. Este é o meu futebol. Por isso este é o meu primeiro livro. A viagem começa nos anos 1940, quando a Colômbia teve seu o “El Dorado”, uma liga marginal que reuniu muitos dos grandes craques do planeta, começando por Di Stefano, erguendo-se maior ainda com Pedernera. Depois dos argentinos, as estrelas da América do Sul desembocavam todas na pátria de Gabriel Garcia Márquez. Se a Colômbia se apresentou fascinante a partir da década de 1990… que dizer deste perfume distinto? As estrelas que desfilaram nas paisagens “cafeteras”, foram de natureza embriagante como se tratasse da escapatória perfeita de vidas tremidas, angústias escondidas, desnorteamentos súbitos, temperamentos esmagadores. Aproveitando as suas passagens pela Colômbia, este é o livro onde também cabem Garrincha, Heleno de Freitas, Charro Moreno, Corbatta, Carrizo e Šekularac. Há deboche e encanto, tango fora de horas e samba extenuante. Há um hino a um estilo boêmio e a um estrelato nunca livre de pecados, sejam broncas, polêmicas, mulheres, jogo ou perdição etílica.

A grandeza colombiana está em arriscar a diferença, carregar a ousadia e desmascarar o futuro num sempre iminente tocar o céu. Tudo é mais puro, a tentação colombiana é um quadro abstrato, geralmente sem final feliz. Esbarra na morte, na dor e no caos. Tragédias no campo e fora dele, sobrecarga de uma exposição perigosa. O desespero e a brusquidão. Essa maldita travagem na última curva para a glória ou o inevitável despiste a metros da meta. A maldição de uma finta, a punição de um gol-contra mancharam a fé num tortuoso destino. A Colômbia, o mesmo país que criou o campeonato mais forte do mundo, fora dos cânones e marginal aos olhos do mundo, ficou com esse estigma de querer tudo e não poder ter… Como quando teve a realização da Copa do Mundo de 1986 nas mãos e a ela teve de renunciar. Essa é a estrada colombiana de uma permanente colisão com a realidade.

418 páginas

ISBN: 978-65-996728-6-6

Peso0,5 kg
Tipo de capa

Capa normal, Capa dura

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