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O Bosman esquecido

A história o condenou ao ostracismo. Estava destinado a ser o atacante de uma geração mítica e teve de viver sob a sombra de um gênio chamado Marco van Basten. Anos mais tarde, até seu sobrenome deixou de ser associado com seu talento por culpa do jogador que desafiou o sistema de transferências. John Bosman foi um cometa ofuscado por luzes bem mais cintilantes no céu.

O fantasma de van Basten

Johnny acreditava no destino. Seguramente, estava feliz por dentro. Mas algo aconteceu. Uma espécie de karma histórico que o perseguiu. E que não o deixaria tranquilo no futuro. 

O gol mágico de voleio de Marco van Basten na final da Eurocopa de 1988, em Munique, tinha acabado de coroar os Países Baixos. Era o primeiro título celebrado pelos neerlandeses, e logo contra a favorita União Soviética, que tinha vencido o duelo inaugural da fase de grupos. Uma partida onde Bosman foi o atacante titular. Marco, ainda se recuperando de uma contusão, acompanhou o encontro do banco de reservas e nada pôde fazer. No relvado, Bosman também, não. Os soviéticos foram melhores, mas três semanas depois, no jogo decisivo, o “cisne” holandês destroçou o que restava de sua heróica resistência. E Bosman voltaria a ser o ator secundário de sempre.

Em 1988, o avançado holandês de 23 anos tinha decidido abandonar o Ajax. Cinco anos antes, estreara na equipe titular e, com Johan Cruijff, tornara-se parte importante do ataque dos Ajacied. Estava sendo preparado pelo maestro para ser o atacante de uma geração que incluía Frank Rijkaard, Ronald Koeman, Ruud Gullit e Gerald Vanenburg. Entre 1983 e 1988, John Bosman marcou cinquenta gols com a camisa do Ajax. O problema foi que, a seu lado, jogava uma estrela ainda mais precoce e cintilante. Um tal de Marco van Basten.

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Jornalista e escritor. Autor dos livros “Noites Europeias”, “Sonhos Dourados” e “Toni Kroos: El Maestro Invisible”, “Sueños de la Euro” e “Johan: a anatomia de um gênio” Futebol e Política têm tudo a ver, basta conectar os pontos. O coração de menino ficou no minuto 93 da final de Barcelona. Estudou comunicação na Universidade do Porto.