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Mais que quadrinhos

Do antigo Teatro Comédia – atualmente um cinema – fomos caminhando em direção à Plaça de la Universitat. No caminho paramos para comer no Alt Heidelberg, e foi precisamente onde se deu início uma verdadeira aula de cerveja. Falei da minha preferência pela Gambrinus, da República Tcheca, de onde tinha acabado de chegar. Quintanilha me recomendou então uma belga, chamada Kwak. Nesse bar, cada cerveja tem seu copo específico. O da Kwak tem uma alça de madeira que deixa o copo isolado. O formato é tão diferente que merece uma busca no Google. Marcello pediu uma Hop Ottin’ IPA para acompanhar seu sanduíche de jamón crudo.

Seguimos rumo ao Barri Gòtic, passando por El Raval, até chegarmos ao bar onde nos sentaríamos para fazer a entrevista. No caminho, falamos sobre Barcelona e como são os catalães. Por fim, entramos no Thales. Uma vez definido que lá ficaríamos, Ignacio, o atendente galego, nos ajudou a organizar as mesas e, enquanto pude, tentei falar em português ao mesmo tempo em que lhe pedia que falasse em galego. É incrível a semelhança entre as línguas.

Sentamos. Pedi uma Vichy (uma sensacional água gaseificada, levemente salgada, típica da Catalunha) para não seguir no ritmo de degustação sugerido por Quintanilha. São impressionantes os conhecimentos cervejeiros do quadrinista. Se eu apenas provasse cada cerveja que me recomendava, não conseguiria terminar a entrevista.

Que você se lembre, como foi seu primeiro contato com o futebol?

Não é a lembrança mais clara que tenho na minha vida. Meu pai foi jogador de futebol nos anos 50. Ele jogou em vários times de Niterói, como o Manufatora, o Fonseca e o Canto do Rio. Mas ele interrompeu a profissão muito prematuramente. Ele se machucou, teve um problema no menisco e não pôde levar a carreira até o fim. Por causa disso, a realidade do futebol vivida em nossa casa foi uma realidade inversa à que as pessoas vivem do futebol no Brasil. Não era comum torcer para um time de futebol nem sequer falar sobre futebol na minha casa. Durante muitos e muitos anos isso foi um tabu na minha família. Saber que meu pai era jogador foi o meu primeiro contato com o futebol. E minha primeira prática com o futebol foi um pouco desastrosa, porque minha aptidão sempre foi nula. Eu costumo dizer que não é que eu não quisesse jogar futebol. Era o futebol que não queria ser jogado por mim.

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Jornalista, publicitário e fotógrafo. Estudou comunicação social na Universidad Nacional de La Plata. Para Martinho, não existe golaço de falta (nem aquele do Roberto Carlos em 1997 contra a França ou de Petković em 2001 contra o Vasco). Aos 11 anos, deixou o cabelo crescer por causa do Maldini. Boicota o acordo ortográfico.

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