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Abel Neto

Abel Neto é exceção e também a regra. Principal repórter negro da cobertura esportiva no Brasil, o jornalista nasceu já com os pés fincados no futebol. É filho do ex-jogador de futebol Abel Verônico da Silva Filho, que começou a carreira no América Futebol Clube, do Rio de Janeiro, e, nos anos de 1960, foi para o Santos jogar ao lado de Pelé. Apenas isso: jogar ao lado do maior jogador da história do futebol brasileiro.

A mãe, dona Vera Lúcia Oscar Alves da Silva, militante negra, feminista e que voltou aos estudos apenas depois dos quatro filhos criados, para se formar em jornalismo, foi quem abriu os olhos de Abel Neto para o racismo brasileiro. “Ela é muito engajada. Participa do movimento negro, participa de partido político, de igreja. [O racismo] Sempre foi assunto em casa.”

A forma de militar de Abel é bastante direta: dar aos jovens negros um rosto no jornalismo esportivo para eles se inspirarem, acreditarem que é possível. “Minha maneira de agir é o meu trabalho”, comenta. Foi dessa maneira que surgiu a ideia de mandar o já tradicional “beijo do negão” aos telespectadores do Globo Esporte. O cumprimento, abertamente inspirado no apresentador Jô Soares, tem surtido o efeito desejado. “Ouço muito: ‘Abel, eu, a minha mãe e meu pai — pessoas negras — ficamos muito felizes quando te vemos na TV’”. É a questão da representatividade, palavra que tem dominado as redes sociais nos últimos anos. Mas, no fundo, Abel queria mesmo que as coisas não fossem mais assim. “Duvido que algum branco pare o Pedro Bial e fale assim: ‘Nossa, você nos representa, eu e minha família, por sermos brancos ficamos muito felizes quando a gente te vê’“, compara.

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