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Dynamo Berlin

O lado escuro do futebol na Alemanha Oriental

O Dynamo de Berlim estava condenado a morrer quase antes de existir. É o preço a se pagar por ser o clube mais odiado por um país farto de ver como a Stasi transformou o modesto clube da capital no máximo campeão do futebol da Alemanha Oriental. A reunificação germânica condenou o Dynamo ao esquecimento, mas, para trás, ficaram décadas de uma história que mergulha no coração do lado escuro do futebol da RDA.

Há poucos clubes com uma história tão manchada por corrupção, compra de resultados e acusações de doping como o Dynamo de Berlim. Talvez se deva ao fato de que tenha sido o único clube, em todo o Leste Europeu da era comunista, realmente associado aos desígnios políticos de um homem tão perturbador quanto cínico como era Erich Mielke. O líder da Stasi por várias décadas fez do Dynamo um clube à sua imagem e semelhança. Trapaceiro, sombrio, polêmico, impiedoso, mas, sobretudo, ganhador. A qualquer preço.

Definiu, com ele, o lado escuro da história do futebol da República Democrática da Alemanha. Talvez por isso seja fácil entender que, apesar do sucesso nacional, o Dynamo Berlin tenha tido um passado insignificante no futebol internacional em comparação aos clubes romenos, soviéticos, iugoslavos ou tchecos durante a sua etapa dourada. Dentro do espectro esportivo da RDA, o Dynamo pode ter sido o clube mais bem-sucedido a nível doméstico, com dez títulos consecutivos conquistados entre 1979 e 1988. Mas, nas provas europeias, as finais e os troféus foram para FC Magdeburg, FC Carl-Zeiss Jena, Lokomotiv Leipzig ou Dynamo Dresden. Talvez, de todos, o time que mais contas têm a acertar com o passado da Stasi. A sua grandeza foi a sua queda, e a sua ressurreição foi o pretexto para Mielke mudar uma vez mais as regras do jogo e transformar o seu Dynamo pessoal no time mais bem-sucedido da Europa e mais odiado da Alemanha.

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Jornalista e escritor. Autor dos livros “Noites Europeias”, “Sonhos Dourados” e “Toni Kroos: El Maestro Invisible”, “Sueños de la Euro” e “Johan: a anatomia de um gênio” Futebol e Política têm tudo a ver, basta conectar os pontos. O coração de menino ficou no minuto 93 da final de Barcelona. Estudou comunicação na Universidade do Porto.

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