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Siamo fuori

O último mundial como era antes

Era sexta-feira, dia 8 de junho de 1990, eu tinha 11 anos, e o diretor do meu colégio, um homem magro, alto e muito sério, de nome Heriberto Pezzarini, deixou o pessoal sair mais cedo do que o habitual. Todos ficaram surpresos pela exceção, ainda mais quando ouvimos a sua explicação: “Como vocês sabem, o evento que está começando daqui a pouco é de interesse coletivo e por isso hoje vocês terão permissão para chegar a tempo às suas casas”. Naqueles anos, ainda eram comuns as TVs em preto e branco, mas isso não impedia de assistir o colorido da chamativa — um autêntico desfile de moda — cerimônia de abertura no Giuseppe Meazza.

Era outra a forma de assistir futebol naquela época. Ainda não existiam os canais esportivos tendo de preencher 24 horas de programação. Talvez, por isso ninguém sentia a necessidade de saber quais eram as namoradas dos jogadores e quantas Ferraris tinham as estrelas do futebol. Quatro anos depois, as principais cadeias de TV argentinas fizeram um grande investimento para “trazer todo o colorido” do mundial dos Estados Unidos, com apresentadores e atores famosos dessa época, mas, até o Itália 90, ainda toda a atenção do público estava focada nos jogos.

A Argentina tinha um time muito mais fraco do que no mundial do México em 1986. Já não estavam Tata Brown, José Luis Cuciuffo, Héctor Enrique e Jorge Valdano. E nesses quatro anos que passaram desde a grande conquista no estádio Azteca, a Albiceleste foi um time sem rumo. Prova disso foi que Argentina teve 31 jogos e ganhou só seis deles; empatou 12 e perdeu 13. A única coisa que se sabia com certeza era que tinha a obrigação de fazer um bom papel no mundial para ter aspirações de defender o título, mas ser o campeão vigente e ter Maradona em campo não era pouca coisa, por isso o otimismo veio à tona logo depois do cara ou coroa, quando Diego começou a fazer embaixadinhas com os ombros e o juiz Michel Vautrot e os seus auxiliares não acreditavam no que estavam vendo.

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