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A casa de Obdulio

Uma visita a um lado esquecido do futebol uruguaio

Não é preciso ser aficionado em futebol para saber que, a um passo ao sul do Chuí, o esporte mais popular do mundo entra em uma dicotomia quase intransponível: ou se é Peñarol, ou se torce para o Nacional. O maniqueísmo se nota antes mesmo de se chegar à capital uruguaia, uma cidade que a cada dia fica mais bonita e acolhedora, indo na contramão das demais metrópoles do continente. Entrando-se em Montevidéu via terrestre, os murais e pixos relacionados à paixão clubística têm motivos carboneros ou bolsilludos e nada mais. Aliás, já no ônibus em direção à república oriental isso era nítido: nas poltronas ao lado, um jovem trajava calções tricolores; o outro ostentava uma tatuagem aurinegra.

Mas pera lá, para que no Uruguai haja um certame e para que o país tenha construído uma história fantástica no futebol mundial, foi preciso muito mais que duas equipes.E ali pelo bairro do Prado tem um clube alvinegro, inaugurado em 1902 após uma viagem dos irmãos Enrique e Juan Sardeson à Inglaterra. O nome, Montevideo Wanderers foi escolhido para homenagear o Wolverhampton Wanderers, que a dupla conheceu lá pros lados da ilha britânica.

Os primeiros anos já foram férteis: em 1905 o Wanderers ficou em terceiro lugar no Campeonato Uruguaio e cedeu o goleiro Cayetano Saporiti — que ficou sob as traves do time por quase 20 anos — para o selecionado nacional, defendendo-o por 55 vezes. Um ano depois, foi campeão invicto, com nove vitórias e um empate e, ainda na mesma década, levaria mais um troféu nacional para casa, desta vez em 1909.

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Redator publicitário por profissão, repórter por diletantismo e colorado por pura teimosia. Vive em Floripa, mas com a cabeça e coração pela América do Sul

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